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A dignidade bateu à porta de Jhonatan depois de muita luta pelo reconhecimento da identidade de gênero. Os maiores inimigos foram a falta de informação e o preconceito dos colegas de escola.

 

Boa Vista/RR - Já dizia o ditado: música para os ouvidos é ouvir o próprio nome, pois acende o alerta que alguém quer se comunicar com você. O sorriso mostra o quanto a satisfação de ter esse prazer faz agora diferença na vida do farmacêutico Jhonatan Calel de Moura, 33 anos. Foi um passo rumo à dignidade que o Conselho Regional de Farmácia de Roraima (CRF/RR) deu ao emitir pela primeira vez no Estado, a carteira profissional a um homem Trans. Jhonatan agora tomou posse da decência de ser chamado pelo nome verdadeiro, após ter lutado para ter a identidade de gênero reconhecida. A doção do novo nome era o sonho de infância.

Para entender melhor esse episódio, vamos conhecer a trajetória de alguém que lutou contra o preconceito, conquistou espaços e ajuda pessoas a se entenderem melhor.

Desde criança o servidor público entendia que era especial e tinha uma condição diferente. Tanto que a vida não foi fácil, pois todo mundo lembrava que havia algo “errado”. Hoje o farmacêutico piauiense reconstruiu a própria história com o nome masculino impresso na carteira profissional de farmacêutico emitida pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) e entregue pelo CRF/RR.

“Uma das melhores surpresas ver meu gênero representado no nome que eu escolhi. É uma sensação única”, comemorou o farmacêutico.

Jhonatam descobriu que era intersexual aos 20 anos de idade quando decidiu assumir a identidade masculina que explodia o peito. Foi quando revolveu fazer a transição. Mas não foram dias fáceis, pois lutou com a própria autoestima e identidade de gênero, além do confronto com os colegas da escola e, principalmente da faculdade, que acabou sendo vencido mais tarde, pelo respeito à identidade que ele carregava.

“Acordar todos os dias e ver que aquela casca não é você, basicamente te desanima. A falta de informação me deixava preso em um gênero ao qual não me representava. Cada vez que modificava meu corpo, ficava mais feliz. Mas o que me entristecia era a falta de respeito de algumas pessoas em relação ao gênero, ao meu nome e pronome”, lamentou Jhonatan.

Para explicar melhor a intersexualidade é o termo usado para pessoas que nascem com características sexuais biológicas que não se encaixam nas categorias típicas do sexo feminino ou masculino e que está ligada as variações genéticas nos cromossomos XXY.

Para Jhonatan na vida adulta todo dia há algo novo, pois o fato de se posicionar na sociedade e mostrar quem você é, ser respeitado, torna mais fácil o processo de aceitação. Porém, segundo ele, ainda há alguns impedimentos sociais que deixam a vida mais pesada, o que tem a ver com a desculpa da falta de informação e a crueldade humana.

 

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Farmacêutico Jhonatan Calel e a presidente do CRF/RR, Bianca Crispim

 

“Estamos na era da internet cercada de informação para todo lado. A questão é: você pode ou não aceitar, mas no mínimo tem que respeitar meu nome e meu gênero. Eu hoje sou realizado, servidor público, empresário, professor, voluntário ativista dos direitos humanos, casado e com família, igual a maioria”, defendeu.

Ele perdeu as contas de quantas situações constrangedoras passou. As piores foram quando alguém o chamava pelo nome de registro em público. “Era horrível. Imagina uma pessoa barbada e masculina ser chamado pelo nome feminino? Claro que todo mundo olhava e se espantava (risadas). Com certeza é um pouco estranho”, disse.

Quanto a se entender melhor, o farmacêutico diz que o mais adequado é buscar ajuda, ir ao psicólogo, se informar quanto ao próprio corpo e sentimentos. “Estou à frente da entidade que ajuda muita gente. Falo da ATERR (Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros de Roraima). O conselho que eu dou é busque ajuda e depois disso, certamente vai viver melhor. Estamos à disposição para receber quem precisa de orientação ou até mesmo uma boa conversa”, finalizou.

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O segmento farmacêutico perde uma das melhores profissionais de Roraima.
(Condecoração do Mérito Farmacêutico em Brasília pelo CFF)

 

Morreu nesta sexta-feira, 30, em Brasília, a fundadora e CEO do Laboratório Hemolab Roraima, Drª Jandira Negreiros, por complicações de sequelas da Covid-19. Jandira era casada com o Drº Geovanni Negreiros e não tinha filhos.

Desde que chegou a Roraima, em 1989, a farmacêutica bioquímica, dedicou-se ao serviço público do Estado de Roraima. A aspiração, no entanto, era contribuir para a melhoria da qualidade do serviço de saúde no Estado. Ela sempre teve a firme convicção de que poderia fazer muito mais, do muito que vinha fazendo. E por isso resolveu abrir o laboratório próprio. Teve o sonho realizado com a criação do Hemolab, em 1994, que hoje está instalado em quatro pontos, em Boa Vista, prestando serviço de excelência aos roraimenses.

 

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Jandira era natural de Pedro II/PI, concluiu o curso de Farmácia em 1984 na Universidade Federal do Ceará (UFC) e no mesmo estado se inscreveu no CRF. Veio para Roraima, onde se estabeleceu como servidora pública e empresária, onde obteve grande sucesso, fundando o Laboratório de Análises Clínicas Hemolab. Dra. Jandira sempre foi respeitada entre os farmacêuticos e toda a comunidade roraimense, tendo em vista o sucesso do Hemolab.

 

MÉRITO FARMACÊUTICO

A Farmacêutica, Jandira Freitas de Morais Negreiros, em 2016 recebeu em Brasília, do Conselho Federal de Farmácia, a Comenda Mérito Farmacêutico, considerada a maior outorga no país destinada a personalidades nacionais e internacionais que se destacaram na área de saúde, em especial a de Farmácia.

 

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A resolução é clara quanto a permanência do farmacêutico habilitado na farmácia para poder funcionar, seguindo critérios para atender à população. E com isso o Conselho Regional de Farmácia de Roraima (CRF/RR), juntamente com a Vigilância Sanitária Municipal, interditou recentemente um estabelecimento em Boa Vista por não cumprir com a norma básica das Leis 13.021/14 e 3.820/60 do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que regulamenta a profissão.

A fiscalização do CRF/RR já havia notificado a farmácia quanto a permanência para obedecer ao que determina a lei, entretanto em uma das visitas foi encontrado o mesmo descuido.

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“É de pleno interesse deste Regional cumprir o que determina, assim como quaisquer procedimentos e protocolos regidos pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF). A atuação da fiscalização obedece ao que determina essas leis da profissão, inclusive reforçadas no Código de Ética”, disse o conselheiro federal de farmácia por Roraima, Adônis Motta.

Segundo Motta não é de interesse da Instituição prejudicar as empresas ou qualquer pessoa cadastrada no conselho, mas atuar no reforço da profissão e garantir mais emprego no mercado de trabalho. Motta completou que quem mais ganha com a fiscalização é a população que pode ser assistida por alguém habilitado para acompanhar o tratamento receitado pelo médico.

O CRF/RR resguarda a imagem do estabelecimento por acreditar que as regras serão cumpridas após a atuação.

“Nossa missão não é prejudicar, mas fiscalizar o exercício ilegal ou mesmo ajudar a construir mais políticas para fortalecer nosso segmento”, completou Motta.

 

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