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Por Dennis Martins

O Conselho Regional de Farmácia de Roraima (CRF/RR) anunciou nesta quarta-feira que apresentou impugnação ao Edital do Concurso Público nº 1 – Prefeitura de Boa Vista para a área da Saúde, publicado em 11 de agosto de 2025. A medida foi tomada após análise técnica e jurídica que identificou inconsistências e incompatibilidades no documento.

De acordo com o CRF/RR, os problemas detectados ferem princípios constitucionais que regem a Administração Pública, especialmente o da eficiência, colocando em risco a efetividade da prestação dos serviços públicos de saúde e, por consequência, a segurança da população.

“O edital apresenta falhas que não podem ser ignoradas. Nosso dever é garantir que os concursos públicos respeitem a legislação e selecione o profissional com a qualificação técnica necessária ao exercício das atribuições atinentes ao cargo. A impugnação é uma medida de responsabilidade institucional,” afirmou a Presidente do CRF/RR, Bianca Crispim.

A impugnação foi encaminhada aos departamentos competentes, e o Conselho aguarda manifestação oficial da Prefeitura de Boa Vista. O objetivo é que o edital seja revisto, assegurando a conformidade legal e o exercício efetivo das atividades essenciais à saúde coletiva.

“O CRF/RR está cumprindo o papel de fiscalização e defesa da sociedade. Não se trata apenas de uma questão técnica, mas de garantir que a população tenha acesso a serviços de saúde seguros e eficazes,” declarou o Conselheiro Federal por Roraima, Adônis Motta.

O Conselho reforçou que seguirá vigilante na proteção da sociedade roraimense e na promoção da qualidade dos serviços públicos, reafirmando seu compromisso com a legalidade e a valorização dos profissionais da saúde.

Mais informações serão divulgadas nos canais oficiais do CRF/RR à medida que houver novos desdobramentos sobre o caso.

Acordos preveem transferência de tecnologia e produção nacional de medicamentos à base de liraglutida e semaglutida

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica EMS firmaram dois acordos estratégicos para a produção nacional dos princípios ativos liraglutida e semaglutida — substâncias conhecidas por integrarem medicamentos agonistas do receptor de GLP-1, popularmente chamados de “canetas emagrecedoras”. Os acordos envolvem a transferência de tecnologia para a fabricação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e do produto final, que será absorvida por Farmanguinhos, unidade técnico-científica da Fiocruz.

Segundo nota conjunta divulgada pelas instituições, a produção será inicialmente realizada na fábrica da EMS em Hortolândia (SP). A expectativa é de que, com a conclusão da transferência de tecnologia, a fabricação seja totalmente assumida pelo Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro. A iniciativa visa ampliar a autonomia nacional na produção de medicamentos estratégicos e de alto custo.

“As injeções subcutâneas oferecem uma abordagem de alta eficácia e são consideradas inovadoras para o tratamento de diabetes e obesidade, marcando mais um avanço significativo da indústria nacional no desenvolvimento de soluções de alta complexidade”, destacou o comunicado. A EMS classificou os acordos como um marco histórico para a indústria farmacêutica brasileira, enquanto a Fiocruz ressaltou que a união com parceiros públicos e privados fortalece a inovação e o Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Além disso, Farmanguinhos celebrou o início da capacidade de produzir medicamentos injetáveis, ampliando o escopo de atuação da instituição.

 

Mensageiros invisíveis: como os exRNAs estão transformando o combate ao câncer

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Uma revolução silenciosa está em curso na medicina, e ela tem nome: RNA extracelular, ou exRNA. Trata-se de uma molécula microscópica que circula livremente no sangue e outros fluidos corporais — como saliva e urina — e que pode transformar profundamente a forma como o câncer é diagnosticado, monitorado e tratado. É o que aponta uma nova revisão científica assinada por pesquisadores da Universiti Putra Malaysia e de outras instituições asiáticas.

Esses fragmentos de material genético, liberados pelas células e transportados em vesículas chamadas exossomos, carregam informações valiosas sobre a origem e o comportamento dos tumores. A principal vantagem? Eles permitem acessar essas informações por meio de exames minimamente invasivos — um simples tubo de sangue pode conter as pistas necessárias para detectar a presença de um câncer antes mesmo dos primeiros sintomas.

A possibilidade de realizar uma “biópsia líquida” — ou seja, sem cortes, agulhas ou cirurgias — é uma das aplicações mais promissoras dos exRNAs. Com eles, torna-se viável não apenas diagnosticar precocemente, mas também acompanhar a evolução do tumor em tempo real, identificar mutações, medir a agressividade da doença e até prever se o paciente responderá a determinado tratamento.

Cientistas também investigam como essas moléculas podem atuar não só no diagnóstico, mas como parte do tratamento. Em testes pré-clínicos, foi possível usar exossomos para transportar exRNAs modificados com ação terapêutica diretamente até as células tumorais. Os resultados incluem a inibição do crescimento dos tumores e a reversão de resistências à quimioterapia — abrindo caminho para terapias mais precisas e com menos efeitos colaterais.

Apesar do avanço acelerado, o uso clínico dos exRNAs ainda enfrenta desafios. Entre eles estão a padronização dos métodos de coleta, a entrega direcionada dos exossomos terapêuticos e a necessidade de regulamentações que garantam segurança e eficácia. Também é preciso desenvolver formas de produção em larga escala para tornar essas soluções viáveis nos hospitais.

Ainda assim, a comunidade científica está otimista. A integração de bioengenharia, inteligência artificial e medicina personalizada promete acelerar o uso dessas moléculas no cotidiano da oncologia. O objetivo é claro: construir um futuro onde a detecção e o tratamento do câncer sejam mais precoces, menos invasivos e mais eficazes.

O artigo completo, intitulado “ExRNA como agentes teranósticos no câncer: progresso atual e perspectivas futuras”, foi publicado na revista ExRNA e está disponível em acesso aberto para consulta pública.